quarta-feira, 11 de julho de 2012

nenhuma letra, nenhum sinal


espero por tanto tempo uma palavra tua...
algo simples, nem precisa ser grande coisa.
espero por tanto tempo. com ânsia espero e não vem.
e agora sinto uma certa raiva de mim,
dessa efervescência de minha alma,
desse me colocar sempre na 'vitrine'.
desse meu pensar e sentir em voz alta.
sinto raiva de ser assim como sou.

como somos diferentes.
e tão essencialmente semelhantes.
de coração: não sei se é pior minha fala atrapalhada
ou seu silêncio aterrador.
falar, ao meu ver, traz ao menos o 'calor da existência'.


esse silêncio eloquente me diz muito. e mais que o suficiente.
e enche os meus ouvidos
e meu coração,
de nenhuma palavra e de tudo.
um dia após o outro.
é um discurso frio - de começo, meio e fim.
é nenhum sinal. nada. e me marca.
e não pode me dizer tão mais claro e me deixar no vácuo.

não é preciso mais nenhuma não palavra, meu amor.
já me é suficiente.
pode retornar a servir os manjares das letras!
não à mim, naturalmente,
porque você já me saciou.







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