domingo, 1 de dezembro de 2013


Perdes a chave da casa, perdes o botão
da blusa,
Perdes o anel de plástico da feira-
Perdes a cor dos lábios, perdes o sacudir das ancas
Mas se me perdes do teu abraço precisarei ser salva.

Perdes as combinações de notas que aprendeste, perdes o
o gosto do pão que ganhaste,
Perdes o estoque que sempre guardaste e nunca
desejaste,
Perdes teu ritmo, tuas deixas, perdes teu sentido
de passar o tempo,
Mas se me perdes do teu pensamento precisarei ser salva.

E se perceberes tua consciência atormentada por
alguma raiva justa ou equivocada,
Então perde-te a ti até lembrares de esquecer.


Perdes tua paixão e tua esperança, perdes os nós na
tua corda,
Perdes tua armadura nas lutas que enfrentas-
Perdes as crianças que geraste, perdes a batalha, perdes
a guerra,
Mas se me perdes de tua essência precisarei ser salva.

Perdes tua reverência pelos vencedores, perdes tua
paciência com o perdão,
Tu não tens que ser um mestre ou um escravo-
Perdes teus sentidos, perdes tua cabeça, perdes
tua fé na raça humana,
Mas se me perdes de tua rede precisarei  ser salva.

E se perceberes tua consciência atormentada por
alguma raiva justa ou equivocada,
Então perde-te a ti até lembrares de esquecer.


Para começar, perdes a perfeição; perdes o sonho que
mantiveste a parte,
Perdes a chance de encontrar alguém que 
iria se comportar,
E depois se tu ainda não perdeste, perdes o teu último
arrependimento de perdedor,
E se me perdes de tua rede precisarei que ser salva.


Perdes os votos que nunca proferiste, perdes a piada
leve (fácil),
Perdes tua inocência como se a desses de livre
vontade-
Perdes tua chaleira e a panela, perdes o melhor que
tens,
Mas se me perdes do teu coração precisarei ser salva.

(I Must Be Saved: Madeleine  Peyroux)

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