segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A chave

Joga fora a chave
e aí você se encontra
na porta sem chave e a porta abre
como um anel
num dedo que você perdeu
e o dedo é seu.

Apanha esta senha
apanha e venha
pro reino difícil
da arte do orifício,
sem buraco de fechadura
com a cara dura tão mole
de tanto sorrir e ir.

Venha, não apanhe lenha
e deixe esta fogueira queimar,
atenha-se ao essencial: amar.

Aprenda a não ter chaves consigo
além do seu umbigo.


Maria Cristina Gama

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